Queres ler a história que os teus colegas criaram? Aqui está ela.
O Enigma das Cinco Torres
Tiago, Luís, Eduarda e Flávia, jovens de onze
anos, têm todos adjetivos e alcunhas que os caracterizam. Por exemplo, o Tiago,
mais conhecido por Tigas, tem o cabelo curto, castanho e encaracolado. É um
jovem muito calmo, mas ao mesmo tempo muito ativo. O Luís, mais tratado por Luki,
ao mesmo tempo que é muito engraçado e brincalhão, também tem o seu lado mais
calmo, ou seja, é tímido. Tem o cabelo curto, liso e loiro. Quanto às meninas, a
Eduarda, cuja alcunha é Dudu, é a mais positiva deste grupo de amigos e tem um
lado muito aventureiro. Tem o cabelo comprido, ondulado, castanho e com uma
madeixa loira. E, por último, a Flávia, mais tratada por Flá, tem um dom que é
ser ótima a decifrar enigmas e é bastante observadora e atenta. Tem o cabelo
longo, liso, castanho com madeixas loiras e é a única que tem uma linda marrafa.
Estas duas raparigas são muito atentas ao mínimo pormenor, o que as ajuda em
várias situações e aventuras. Mas o grupo ainda não está completo, pois falta
falar do nosso amigo de quatro patas. Estamos a falar do valente e corajoso
Ross, um labrador bege muito fofinho e carinhoso.
Os cinco amigos conhecem-se
desde muito pequeninos e também desde cedo se tornaram os melhores amigos.
Num dia quente de verão, como não tinham nada
para fazer, decidiram praticar algo juntos e então lembraram-se do seu desporto
coletivo favorito: hóquei em patins no CPL (Clube de Patinagem de Lisboa),
centro enorme e com ótimas condições. Foi neste clube que estes quatro amigos se
apaixonaram por esta modalidade desportiva, passando a praticá-la sempre que
dispunham de tempo livre.
Estavam todos muito divertidos,
a ajudarem-se mutuamente, a fazerem jogos, como se fosse um dia normal passado
entre amigos, quando algo irrelevante aconteceu: a Eduarda, despistada como sempre,
tropeçou no stick de hóquei e caiu. Os seus amigos e o Ross, que estava na
bancada, já bastante preocupados, foram a correr ao seu encontro para a
ajudarem.
Logo após a Eduarda se ter levantado e já
estar tudo bem, as raparigas repararam num papel que estava por trás da baliza
de hóquei. Os rapazes, ainda sem se aperceberem do que estava realmente a
acontecer, foram-se embora com o Ross, sem sequer dizer adeus, enquanto que a
Dudu e a Flá tentavam decifrar o que estava escrito no papel. De repente, a Flá
apercebeu-se que os seus colegas não estavam lá e, furiosa, disse:
- OS RAPAZES?! São sempre os mesmos! Devem achar
que são os maiores para se irem embora sem sequer avisar, e ainda por cima
levaram o Ross! Não mudam nunca!
-Tem calma, mulher! Já estás
a fazer uma tempestade num copo de água – disse a Dudu, tentando acalmá-la.
- Se calhar, tens razão,
Dudu. Eu é que estou um pouco nervosa com a história do papel. Amanhã, falamos
com eles e resolvemos tudo.
Entretanto, algo se passava
com os rapazes. Enquanto iam para casa, tiveram uma sensação de perseguição. O
Ross não parava de ladrar e queria voltar para trás, mas o Tigas e o Luki
tinham medo que algo lhe acontecesse e impediram-no. A sua sorte foi que
conheciam uns atalhos como a palma das suas mãos e conseguiram despistar quem
os perseguia, continuando o seu caminho para casa.
No dia seguinte, o grupo
encontrou-se num parque.
- Então, meus amigos, não
têm um pedido de desculpas para fazer?- questionou a Flávia.
- Ahhh, não era para vos
chatear, mas como vocês estavam a ler os vossos bilhetinhos de amor, não vos
quisemos interromper...
-Ah, ah, ah…! Que piada! Não
era isso, seus totós! - retorquiu a Eduarda.
- Para vossa informação, nós
estávamos a tentar decifrar o enigma de um papel que encontrámos por trás da
baliza de hóquei, no CPL – acrescentou a Flávia.
- Vocês estão para aí a
falar, mas fiquem sabendo que enquanto íamos para casa, fomos perseguidos, e se
não nos metêssemos em atalhos, podíamos estar feitos ao bife, aliás, nós e o
Ross.
- Quero lá saber disso! Mas
o Ross está bem? Só estou preocupada com ele – referiu a Dudu.
- Espera lá… Será que o papel que nós encontrámos tem
alguma coisa a ver com a vossa perseguição? – interrogou-se a Flávia.
- Tens aí o papel? Mostra-no-lo! – disse o Luki, com
ansiedade.
- Eu e a Flá estivemos a tentar decifrar este enigma, e
conseguimos, mas ainda nos falta isto – disse a Dudu, indicando no papel o que
faltava decifrar.
Depois de algum esforço, lá conseguiram decifrar os
símbolos e as letras estranhas que estavam naquele misterioso papel:
Com a magia da vossa amizade
Um segredo vão descobrir
É um mapa do tesouro
Para no caminho vos seguir.
- Mas o que é que será que isto quer dizer? - inquiriu o
Tigas, com alguma curiosidade.
- Será que ‘’a magia da amizade’’ que está escrita no
papel quer dizer que nós temos de nos unir ou fazer algo do género? – questionou
a Dudu.
- E que tal se unirmos as mãos? Vamos tentar! – sugeriu a
Flá.
Depois de várias tentativas infrutíferas, quase
desistiram, até que o Luki se lembrou de colocar o papel em cima da união das
suas mãos, e assim fizeram. E qual não foi o seu espanto quando algo de
fantástico aconteceu.
- Onde está o enigma?! – disse a Dudu, admirada.
- Não acredito! – exclamou a Flá, perplexa. – A quadra
deu lugar a um mapa com cinco torres!!!!
-
Agora, só temos que seguir o mapa e ver para onde esta coisa nos leva! - disse
o Tigas, com alguma insegurança.
- Isto pode nos levar a um tesouro muito valioso!!! – acrescentou
o Luki.
- Mas não se esqueçam! Isto até nos pode levar a um
tesouro muito valioso, mas quem nos garante que não é perigoso?- perguntou a
Dudu, preocupada com todos.
- Não sei o que vocês pensam, mas eu acho que se aquele
papel chegou até nós, não foi por acaso. Eu, pelo menos, quero embarcar nesta
aventura. Quem está comigo? – declarou, com firmeza, a Flávia.
Todos os restantes concordaram em embarcar naquela
aventura, incluindo, é claro, o Ross, que também estava bastante empolgado. E
lá foram eles. Contudo, antes disso, tiveram de ir às suas casas. Infelizmente,
tiveram que mentir aos seus pais, dizendo que iriam dormir cinco dias a casa de um amigo e que todo o grupo ia, incluindo o pequeno Ross. Mas atenção, ninguém
deve fazer o que estes aventureiros fizeram, pois a mentira não se deve
praticar, principalmente aos pais. Como a vontade que eles tinham de se
aventurarem era grande, mas tão grande, tão grande, tão grande, tão grande, não
lhes restou outra alternativa.
No primeiro dia, e depois de se terem enganado várias
vezes no caminho, chegaram finalmente à torre e entraram nela. Aí, encontraram um
foco de luz a iluminar um computador preso numa parede rugosa com muito musgo.
O Tigas, todo feliz, exclamou bem alto:
- Ahhhhhhh, um computador de alta tecnologia!!!!
- E se o computador servir para abrir a porta usando um
código secreto? – lembrou-se o Luís.
- Talvez eu consiga fazê-lo, já que sou bom a
informática. Penso que tenho de desbloquear o sistema interno de segurança
para aceder a todas as portas desta torre – pensou o Tiago, sempre a mexer no
computador.
- Tens a certeza, Tigas? – perguntou a Eduarda.
- Tentar não custa! – disse o Tigas, com muita garra.
E assim foi. Mas havia um problema: só tinham cinco
tentativas e apenas restava uma, até que a Flá se lembrou que a palavra-chave
podia ser o número de tentativas que eles tinham. O Tiago resolveu seguir o
conselho da Flávia, conseguindo entrar no sistema. Saíram, então, da primeira torre
em direção à segunda.
Esta torre era muito diferente da outra, pois em vez de
um computador, estava um piano de cauda branco, que se situava no centro de uma
sala. A Flá, muito entusiasmada, exclamou :
- Não posso acreditar! Sempre
sonhei em tocar num piano assim! Espera aí, estão ali cinco folhas espalhadas pelo
chão. Vou tentar ordená-las de modo a construir uma música e assim desbloquear
a passagem. E foi o que ela fez: tocou uma linda melodia de cinco minutos e a
porta abriu-se. Felizes, caminharam para a torre seguinte.
Ao chegarem lá, encontraram
um microfone e, pousado num velho banco, uma lengalenga em inglês. O Luki
estava bastante entusiasmado, pois adorava a língua inglesa e era um ótimo
tradutor. Por isso, fez questão de tentar desbloquear a passagem seguinte
traduzindo a lengalenga para português. E conseguiu!
Aberta a passagem, os amigos
continuaram o seu caminho para a torre seguinte. Lá dentro, viram um menino a
chorar e tentaram aproximar-se, mas ele, assustado, afastou-se. A Dudu, com
calma, tentou falar com ele e descobriu que era vítima de bullying por parte
dos colegas de turma.
- Mas afinal, porque é que
gozam contigo? – perguntou-lhe a Dudu.
- Eh galera, você não
entende, está à vista de todo o mundo.
- Não têm que gozar contigo! Só porque és brasileiro, não
quer dizer que não fales corretamente.
- Não é isso, cara. Olhe para minha pele: é negra!
- Não ligues ao que os outros dizem. Aliás, tu também
podias gozar com eles, só porque são brancos, mas não o fazes, pois não? –
disse a Dudu, positiva como sempre.
- E o que é que eu faço para pararem?
- Se não ligares ao que eles dizem, eles vão ver que não
te afetam e vão desistir – aconselhou a Dudu.
De repente, quando o menino se sentiu melhor, a porta
abriu-se e eles caminharam para a última torre, mas antes convidaram-no a ir
com eles e combinaram levá-lo aos pais e falar com eles sobre o que se passava
com o seu filho.
Nessa torre, aperceberam-se que a porta já estava aberta.
Então, o Ross ativou o seu faro e encontrou um mapa no qual as torres faziam
uma roda e um tesouro estava no centro. Caminharam com o Ross a servir de guia
e ao chegaram ao local do tesouro, o grupo escavou… escavou… escavou… escavou… escavou…
até que o encontraram. Estavam todos muito ansiosos por descobrirem o que estava
dentro daquela pequena caixinha de talha dourada. Impacientes, os cinco abriram
de uma só vez aquele misterioso cofre e o que é que estava lá dentro… quatro
lindíssimas pulseiras para os amigos e uma magnífica coleira para o nosso
companheiro Ross!
Nesse momento, os rapazes viram ao longe dois homens e
disseram às raparigas:
- Eu reconheço aquelas caras, são as pessoas que nos
perseguiram!
- O que será que eles querem? Será que voltaram para nos
atacar? – interrogaram-se as raparigas, assustadas.
Os dois homens aproximaram-se deles e, com medo que eles
fugissem, disseram:
- Tenham calma, não vos queremos assustar, queremos
apenas dar-vos os parabéns porque a vossa missão foi cumprida.
- Mas, o que é que vocês têm a ver com a nossa aventura e
porque é que nos perseguiram?
- Queríamos apenas verificar se vocês eram as pessoas
indicadas para viver esta aventura, pois se vocês conseguissem fugir de nós,
quereria dizer que estavam aptos para qualquer aventura.
- E para que serviu isto tudo? – disseram todos em coro.
- Para vocês nunca se esquecerem que ‘’A amizade vale mais do que
qualquer tesouro‘’ !
Depois de se despedirem daqueles homens, foram para casa
muito felizes e exaustos. Dirigiram-se primeiro para a casa da Eduarda, pois os
seus pais estavam todos lá, e estavam um pouco aborrecidos por descobrirem que
não tinham ido dormir a casa de um amigo, mas que tinham embarcado numa
aventura. Os cinco amigos explicaram tudo e foram perdoados, mas prometeram que
nunca mais voltariam a mentir.
Estes aventureiros estavam a
conversar sobre esta fascinante aventura, quando repararam que as pulseiras e a
coleira juntas diziam:
The Best Friends Forever Together
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